terça-feira, 26 de julho de 2011

Concepções sob educação segundo Libâneo


As concepções de educação apresentadas por Libâneo (2002) diferenciam-se, primeiramente por ora defender o desenvolvimento da aprendizagem como um processo interno (individual), ora por entender que a aprendizagem é determinada por fatores externos, ou ainda por tentar conciliar o desenvolvimento interno com influencias externas.
A educação pode atuar na formação da personalidade, a partir de determinadas condições internas do indivíduo, são varias as correntes que formulam as explicações do posicionamento sobre a natureza da ação de educar, que são formuladas por questões externas, internas e conciliando os fatores externos e os internos.
            Os fatores internos são voltados para as formas de educação que forma um processo que vem das disposições do indivíduo para se adequar é a partir do indivíduo que ocorre o aprendizado. As concepções naturalista, pragmática e espiritualista, se voltam para estas formas.
            As concepções naturalistas vêm de fatores biológicos do desenvolvimento do ser humano, que é influenciado por fatores externos vindos da sociedade e da cultura, mas são apenas auxiliares para a manifestação dos fatores internos, a finalidade seria tirar para fora, à tona o que existe na natureza do indivíduo.
             As concepções pragmáticas concebem que a educação é um processo imanente ao desenvolvimento humano, do qual é resultado da adaptação do indivíduo ao meio social, assim o conhecimento vem da realidade a partir daquilo que se vivencia em seu meio social, é ele que consegue desenvolver suas funções, ou seja, do desenvolvimento, do crescimento e do ideal.
            As concepções espiritualistas vêm de um processo do qual cada pessoa vai se aperfeiçoando, porém é necessária a adesão das verdades, ensinadas de fora, que dizem como o homem deve ser. Assim cada indivíduo faz seu aperfeiçoamento, assimilando os conhecimentos, aprimorando suas habilidades e seus ideais.             Os fatores externos voltam-se pra as concepções que formulam formas de educação a partir do meio social que faz o indivíduo desenvolver                                     seus ideais, é o que esta de fora que influencia o ser a formular seu aprendizado.
            As concepções ambientalistas atribuem que o ambiente é à força da atuação sobre o indivíduo, configurando sua conduta e às exigências da sociedade. A sociedade molda o indivíduo, a partir de tudo que ocorre no ambiente externo, a corrente ambientalista vem do behaviorismo, que expressa o controle externo do ambiente para proporcionar o desenvolvimento esperado, o condicionamento por meio do estimulo que faz a estratégia para o desenvolvimento.
            Há concepções que mesclam os fatores externos e os internos são exemplos as concepções interacionista e a culturalista. As concepções interacionistas vêm a partir do desenvolvimento biológico e psíquico que por meio da interação entre sujeito e o ambiente, o indivíduo constrói sua aprendizagem, por meio da inter-relação constante, entre fatores externos e internos. Esta concepção apóia-se na ideia de interação entre organismo e o meio que o conhecimento vem, assim o indivíduo se desenvolve implicando a interação entre sujeito e meio.
            A culturalista está voltada na formação de indivíduo mediante a transmissão de bens culturais, que formam forças que se englobam internamente no indivíduo. O processo realiza-se entre duas realidades, a partir da realidade individual, da qual é a vida interior e as condições externas da vida real do mundo, conciliando as duas realidades, que formam a vida e a personalidade do indivíduo.




Referências


LIBÂNEO, José Carlos. Os significados da educação, modalidades de prática educativa e a organização do sistema educacional. In______. Pedagogia e pedagogos para quê?. 5.ed. São Paulo: Cortez, 2002. p.69-79.

AS CONTRAPOSIÇÕES ENTRE A ABITRARIEDADE DO SIGNO LINGUÍSTICO: segundo F. Saussure e E. Benveniste


AS CONTRAPOSIÇÕES ENTRE A ARBITRARIEDADE DO SIGNO LINGUISTICO: segundo F. Saussure e E. Benveniste


Crislaene Dionísia da Silva


Ao estabelecer o conceito de língua, Saussure designou a importância da arbitrariedade do signo linguístico, porém sua análise não abrangeu o mundo como referencial. Contrapondo-se Benveniste propôs a arbitrariedade do signo linguístico de maneira diferente, analisando fatores externos, vindos do mundo, da realidade, para o estabelecimento de sua análise.
            Tendo em vista as diferentes ideias propostas por Saussure e Benveniste, podem-se contrapor em paralelos as ideias sobre a arbitrariedade do signo linguístico. Para uma compreensão mais detalhada, começaremos a compreender o conceito de língua:


A língua, não menos que a fala. É objeto de natureza, o que oferece grande vantagem para o seu estudo. Os signos linguísticos, embora sendo essencialmente psíquicos, não são abstrações; as associações. Ratificadas pelo consentimento coletivo e cujo conjunto constitui a língua, são realidades que tem sede no cérebro. (SAUSSURE, 2001, p.23)



Com a definição de língua que Saussure propôs fica evidente, que a língua está em constante mutação, e em operação dos números de filtros que vão distinguir os elementos internos e externos, dos quais podem motivar para tal conceito. Tal definição afasta tudo que for de estranho a seu organismo, a seu sistema, tirando, assim as causas externas que podem afetá-la.
            Mediante ao conceito de língua, pode-se obter uma análise do signo linguístico intercalando a sua arbitrariedade. Saussure definiu que o signo lingüístico designa o total, conceito e imagem acústica respectivamente por significado e significante, propondo que este une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica, ou seja, o signo linguístico é a união do conceito com a imagem acústica.
            O signo linguístico é arbitrário, desde que, com o entendimento do signo como o corpo total resultante da associação de um significado e um significante. A arbitrariedade do signo proposta por Saussure, diz que, é convencional, imotivada e          não é naturalmente na realidade, é feita por nós mesmos falantes da língua. A ligação entre significante e significado é arbitrário, pois o significado é imotivado e o significante não tem nenhum laço natural com a realidade:


O laço que une significado ao significado é arbitrário ou então, visto que entendemos por signo o total resultante da associação de um significado com um significante, podemos dizer mais simplesmente: o signo linguístico é arbitrário. (SAUSSURE, 2001, p.81)
           

            Para Saussure não há motivo para que a imagem acústica e não outro qualquer estabeleça uma relação evidente entre significado e o significante, pois, esta associação seria convencional. Porém a expressão de convencionalidade do signo lingüístico proposta por outros lingüistas seja mais correta e rigorosa que a palavra arbitrariedade, pois indica uma relação motiva pela necessidade uma convenção.
             Benveniste discorda desta proposta que Saussure faz mediante a arbitrariedade do signo linguístico, propõe que a relação entre significado e significante não é arbitrária, assim o signo é elemento primordial do sistema linguístico, encerra um significante e um significado cuja ligação deve ser reconhecida como necessária, sendo esses componentes consubstancias um ao outro.
            Para Benveniste significado e significante são faces de uma mesma moeda, relacionando entre si compondo juntos como o incorporante e o incorporado, garantindo a unidade estrutural do signo linguístico, representando o mental e a imagem acústica, pois, estão relacionados:

O significante e o significado, a representação mental e imagem acústica são, pois, na realidade as duas faces de uma mesma noção e se compõem juntos como incorporante e o incorporado. O significante é a tradução fônica de um conceito; o significado é a contrapartida mental do significante. Essa consubstancialidade do significante e do significado garante a unidade estrutural do signo linguístico. (BENVENISTE, 1995 p.56)


            A partir das definições de Saussure e Benveniste, nota-se que a problemática da arbitrariedade do signo linguístico é elemento primordial para o entendimento do ideal de cada um, dada a definição de língua por Saussure, da qual já foi situada, montam-se as situações divergentes que contrapõem as evidências que apontam para que o signo linguístico seja arbitrário ou não. A confusão estabelecida por tal divergência faz com que a investigação sobre a problemática da arbitrariedade do signo lingüístico, seja fato predominante para a compreensão dos fatores relevantes que favorecem de cada lado que se contrapõem.
             No entanto, cada teórico (linguista) decide fazer uma análise sobre esta problemática, constando evidências para se contrapor a determinada afirmação feita por outro, cujo motivo seja especifico a relação de significante com significado, demonstrando ser ou não ser arbitrário.
Constata-se, portanto, a colocação feita por Saussure e Benveniste a construção de um paralelo que se contrapõem entre si, mediante a proposta de cada um, no entanto Benveniste fez seu estudo analisando a relação entre significado e significante posteriormente ao estudo feito por Saussure, do qual detectou problemas com relação às propostas relacionadas ao signo linguístico. A prova dessa confusão feita por Saussure mediante a essa arbitrariedade do signo esta em uma da frase dita por ele mesmo: “Se não fosse assim, a noção de valor perderia algo do seu caráter, pois conteria um elemento imposto de fora”.
A situação contraditória dita por ele mesmo evidencia fatores relevantes a desconfiar sobre a afirmação, dizendo que simplesmente o signo linguístico é arbitrário, pois mediante a análise feita por Benveniste nota-se um ponto do qual pode evidenciar que o signo lingüístico não seria arbitrário e sim teria relação entre significado e significante demonstrando caráter consubstancial um ao outro:


O mérito dessa análise não é diminuindo em nada, mas ao contrario muito reforçado se especifica melhor a relação à qual realmente se aplica. Não é entre o significante e o significado que a relação ao mesmo tempo se modifica e permanece imutável, é entre o signo e o objeto; é, em outras palavras, a motivação objetiva da designação, submetida, como tal, á ação de diversos fatores históricos. O que Saussure demonstra permanece verdadeiro, mas a respeito da significação, não do signo. ( BENVENISTE, 1995, p.58)


             Assim ao estabelecer as contraposições relacionadas à arbitrariedade do signo lingüístico seguindo as proposta de Saussure e Benveniste, podemos traçar um perfil do sentido de signo linguístico. Não se descarta a ideia proposta por Saussure, porém, encontramos desavenças sobre tal afirmação. Com isso seguimos o caminho de Benveniste onde propõe que o signo lingüístico pode ser considerado arbitrário, mas não em toda sua parte predominante, do qual é arbitrário somente quando exista uma relação com o fenômeno ou o objeto material e não intervém na constituição do signo. Portanto a relação entre significado e significante é necessária.





REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS


SAUSSURE, Ferdinand de. Natureza do signo linguístico. In:______. Curso de linguística geral. 30. ed. São Paulo: Cultrix. 2001, p.79-84.


BENVENISTE, E. Natureza do signo linguístico. In:______. Problemas de Linguística Geral I. 4. ed. Campinas, São Paulo: Pontes/Unicamp, 1995, p.53-59.


BRANDÃO, Antônio Jackson de Souza. Curso de Linguística Geral (Ferdinand de Saussure). Disponível em: <http://www.jackbran.pro.br/linguistica/curso_de_linguistica_geral.htm<. Acesso em: 04 de Julho. 2010.


FERREIRA, Maria Cristina Leandro. Saussure, Chomsky, Pêcheux: a metáfora geométrica do dentro/fora da língua. Disponível em: <http://rle.ucpel.tche.br/php/edicoes/v2n1/kitty.PDF>. Acesso em: 04 de Julho. 2010.



DECIAN, Micheli Mariel; MÉA, Celia Helena Pelegrini Della. O signo lingüístico: de Saussure a Benveniste. Disponível em: <http://sites.unifra.br/Portals/36/ALC/2005/o_signa.pd>. Acesso em: 07 de Julho. 2010.